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O País vive dias de angústia difíceis de descrever. O que se passava com outros e gerava tristeza e comiseração generalizada, passa-se hoje com cada um de nós gerando, directa ou indirectamente, em cada uma das nossas casas, o medonho sentimento do medo!

Medo de nós, dos nossos que nos habituaram a tratar de quase tudo, à boa custa dos impostos, relativamente gordos, que quase todos pagamos.

Ao paternalismo exacerbado sucede-se neste tempo difícil do “passa culpas”, o salve-se quem puder! À responsabilidade colectiva sucede a responsabilidade individual e um “assobiar para o ar” que gera sentimentos de perplexidade e de solidão.

Não somos todos Portugueses, do mesmo País que arde e que sofre com cada um de nós?

Portugal arde de angústia e de medo perante o drama de, pela primeira vez, entender esta desfaçatez – das repetidas promessas de quem de tudo cuida, até ao momento  real do “lavar de mãos” quando tem mesmo de cuidar!

Perante a falência das instituições que sofrem agora mais um poderoso - porque humano e violento, golpe na sua idoneidade e no sentimento de valor que têm que transmitir aos cidadãos, o que é que ouvimos??

 

Não me compete, enquanto Presidente da Causa Real, julgar circunstâncias governativas, ou operacionais. Sequer políticas estruturais que provavelmente mereceriam um acompanhamento diferente da mais elevada magistratura da Nação que é a Presidência da República, durante sucessivos mandatos e sucessivos Governos. Que saudade da voz esclarecida de Gonçalo Ribeiro Teles, infelizmente premonitória de todo o drama que atravessa a sociedade portuguesa!

Perante uma calamidade pública como esta, agora sim, precisávamos de uma voz firme  e mobilizadora que calasse a incompetência operacional e reclamasse uma forma diferente de estar na “coisa pública”. A tal tão propalada “ética republicana” que nunca se materializou em nada e que tinha agora a pequena hipótese de se assumir como tal.

Ética, responsabilidade e sentido de Estado é que o que se exige, neste momento “Pessoano” de nevoeiro que se repete em Portugal, a todas as classes dirigentes.

A começar pelo Chefe de Estado que deveria passar da fase das selfies e do estado de graça, para acorrer à desgraça que atravessa  a alma daqueles que representa. Material  e fisicamente, claro, para aqueles que tudo perderam. Mas talvez, principalmente, para a desgraça moral de uma Nação que cada vez mais perde identidade e sentimento de pertença e de coesão.

Agora sim sentimos falta de Pai – de quem nos agregue, nos encoraje, nos estimule. De quem nos una, para além das culpas e das coisas risíveis!

O Presidente da República quer trabalho e acção.  Mas hesita em apontar caminhos e em sancionar prevaricações. Portugal e os Portugueses sofrem com esta ausência e sentem hoje bem como ela contrasta com a presença frenética em todas as festas, em todas as alegrias, em todos os sins que nos fazem elevar sorridentes o polegar!

Hoje, para todos nós, é tempo de dizer não, quando também nos recusam a óbvia responsabilidade das instituições em que nos fizeram acreditar. Quando nos dizem não à cidadania dos direitos e nos impõem, com pragmático cinismo, a cidadania das obrigações!

Hoje, como nunca, é a Nação que sangra e sofre! E o que ficará a arder por muito tempo é o coração dos portugueses, abandonados numa sorte sem abono ou protecção de ninguém. Nem dos Seus Maiores que se comprometeram, nas horas felizes, a cuidar de todos com o zelo e a responsabilidade que justificam o mérito para o exercício das mais importantes funções do Estado!

Como no tempo longínquo de Sófocles que afirmava que “quem tem medo não faz outra coisa senão sentir rumores”, precisamos da luz de uma lanterna para encontrar os Homens que faltam a Portugal!

 

Antonio de Souza-Cardoso

Presidente da Causa Real

 

P.S: Marcelo Rebelo de Sousa falou já depois de ter escrito este artigo. Tarde demais na minha modesta opinião. Gostei do humanismo, da proximidade e da afectividade do cidadão. Mas como o próprio quis separar a sua condição de cidadão da Sua condição de Chefe de Estado, achei poucochinho o que o Chefe de Estado disse. Principalmente pelo que “podia e devia dizer”. E não disse! Lembrei-me, involuntariamente de Santana e de Jorge Sampaio…

 

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O Rei como única solução para a Catalunha

por Causa Real, em 04.10.17

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Hoje apetecia-me tanto falar das eleições Autárquicas ou da efervescência política que se vive no PSD perante os seus resultados. Mas assino este artigo na única qualidade de Presidente da Causa Real. E, por isso, na força singela da frase “a César o que é de César”, reconheço que as questões ligadas aos partidos e à governação nacional ou regional, dizem respeito, exclusivamente a eles próprios.

 

A Causa Real, com militantes em todos os partidos preocupar-se-á sempre em afirmar as virtudes da instituição Real e a forma como qualificam e melhoram as claras insuficiências que nos nossos dias, transpiram dos modelos sociais e económicos em que assentam as democracias ocidentais, em particular num Mundo que é ou está, crescentemente globalizado.

Não posso, por isso, ter estados de alma sobre qualquer coisa que ultrapasse os limites e a natureza do mandato para que fui eleito.

E é este mesmo entendimento que devem ter os Chefes de Estado, vinculados que estão aos limites das suas obrigações e responsabilidades constitucionais.

 

Nos regimes parlamentares e semi-presidencialistas da maioria dos Países Europeus, ao Chefe de Estado exige-se independência na regulação dos poderes dos diferentes órgãos de soberania; garantia da coesão, identidade e independência nacionais; presença como referencial de representação externa da Nação e do Estado. Estes 3 pilares de intervenção, exigem ainda probidade, reserva, temperança e bom senso, para que nada do que não é de César seja chamado a César.

Em tese, os 3 pilares supra referidos serão sempre melhor assegurados por um Rei – que é independente porque não emerge de nenhum partido – quem pode ser árbitro no jogo em que intervém a equipe que se treinou ou onde se jogou no momento anterior? Que é o genuíno garante da coesão e da identidade nacional, porque é de todos e não passa a ser de todos depois de o cargo lhe ter sido dado por uma facção sempre minoritária que o apoiou;  e que encarna  pela representação histórica e cultural que lhe é inerente, a estabilidade, continuidade e perenidade da nação o que lhe confere uma notoriedade não desprezável nem ao nível do marketing politico internacional nem da permanente negociação exigida pela globalização. Quem conhece por exemplo o Presidente de Itália ou da Alemanha?

 

Dito isto passemos para o Rei de Espanha e observemos o espaço que deu, no estrito respeito da Constituição para que o sistema político-partidário e os Governos nacional e regional que deles emergem chegassem a um entendimento. Não foi possível! E pior do que não ter sido possível pôs em “carne viva” aquilo que de pior existe nos partidos, nas facções e organizações político partidárias: O oportunismo que manipula, o arrivismo que se favorece, a profissionalização da politica que a diminui, a promiscuidade com o poder económico que a condena, a ausência total de ética e de responsabilidade no exercício de funções públicas.

Filipe VI interveio, no momento certo. Depois de esgotadas as alternativas constitucionais, depois de ameaçada e a coesão e a independência nacional. Contra um líder oportunista que fez um referendo ilegal, minoritário e auto regulado. Houve pueblos em Girona que têm 470 habitantes e que em que o “Sim” proclama a vitória com 1002 votos??!!

Em cima desta vergonha o Rei falou do País. Da inclusão, de todos Catalães e de todos os Espanhóis que ele efectivamente representa - com a mesma responsabilidade e coragem com que deu a cara no vergonhoso atentado terrorista de que os catalães foram vitimas ainda há poucas semanas.

 

O Rei é a última esperança da Catalunha e do Reino das Espanhas enquanto Estado de Direito Democrático e Livre!

 

António de Souza-Cardoso

Presidente da Causa Real

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Bem vindo ao Blog daCausa Real, um contributo para discussão de um Portugal com futuro. A Causa Reall coordena, a nível nacional, o movimento monárquico, tendo como objectivo principal a promoção de uma alternativa política para Portugal.


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