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Faz hoje 98 anos. Nascido em 25 de Maio de 1922, quase há um século atrás, é de Gonçalo Ribeiro Telles de que falo nestas brevíssimas linhas, que não têm mais do que o objectivo, advirto, de recordar quem, com quase 100 anos de idade, é mais jovem que muitos jovens depois de si nascidos. Há três anos, num belo texto publicado sobre aquele que, para muitos, é apenas o “Gonçalo”, Vasco Rosa intitulava as linhas com que descreveu Gonçalo Ribeiro Telles, de “visionário utópico”. Ribeiro Telles foi-o na realidade. Eu vejo-o mais como Eduardo Lourenço o designou: um jardineiro de Deus.
Opositor, quer ao anterior Regime quer aos desmandos do actual, mestre de várias gerações de arquitectos paisagistas e grande referência dos monárquicos portugueses desde 1974, Gonçalo Pereira Ribeiro Telles celebra, neste 25 de Maio, 98 anos do seu nascimento. A ele muito devemos. Individual e colectivamente. Ao que fez, ao que alertou mas, também, ao legado imaterial que deixou. Devemos-lhe os jardins e as hortas urbanas, a RAN, a REN e a protecção legal dos parques naturais. Devemos-lhe, também, e muito, a firme e nem sempre compreendida denúncia do excesso de betão, da celulose incontrolada e dos erros energéticos. Devemos-lhe, ainda, a energia com que enfrentou múltiplos combates e a persistência com que sempre sonhou. Gonçalo Ribeiro Telles está entre os poucos que soube criar mas soube, também, fazer, que conseguiu influenciar de forma discreta, que preferiu sempre a defesa das ideias e dos projectos ao apelo dos cifrões e de um poder etéreo. Que pôs sempre e em primeiro lugar a defesa da Pátria lusitana e da sua população como razão de ser da sua luta.
Obrigado e parabéns Gonçalo. Os vindouros saberão continuar a cuidar do jardim.
Pedro Quartin Graça
Presidente da Mesa do Congresso da Causa Real
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