Foi precisamente há 20 anos, no dia 20 de Maio de 2002, que Timor-Leste, após duas décadas de ocupação Indonésia, se tornou independente. Durante este período a Indonésia proibiu o uso do português, desencorajou o uso de tétum, estabeleceu uma censura à imprensa, fechou o país aos observadores internacionais e implementou uma brutal repressão ao Povo Timorense que se opunha à ocupação e que provocou centenas de milhares de vítimas.
Só depois da renúncia do presidente Suharto em 1998 e a ascensão de Jusuf Habibi à presidência Indonésia, que permitiu a democratização do regime, foi retomada a ideia de realização de um referendo para os timorenses poderem escolher entre uma maior autonomia, dentro da Indonésia, ou a independência.
Este referendo, acordado entre a ONU, Portugal e a Indonésia foi realizado sob os auspícios das Nações Unidas e resultou na independência de Timor-Leste.
A 30 de Agosto de 1999, 78% do povo timorense votou pela independência de Timor-Leste.
Após esta breve introdução ao tema, importa referir que S.A.R. o Senhor Dom Duarte de Bragança, foi um dos maiores activistas na defesa da causa do Povo de Timor.
Desde cedo defendeu o direito à auto-determinação do Povo timorense, ainda antes de a luta pela independência ter impacto na imprensa internacional.
Envolveu-se em diversas campanhas, entre as quais se destacam “Timor 87 Vamos Ajudar” e a campanha que envolveu o navio “Lusitânia Expresso”.
O “Lusitânia Expresso”, tinha como missão atracar o navio em Díli, o que não aconteceu, por ter sido impedido pela marinha de guerra indonésia. No entanto, o objectivo de alertar o mundo para a causa timorense acabou por ser alcançado.
Contactou por diversas vezes com José Ramos Horta e o administrador apostólico de Díli, D. Ximenes Belo, assim como, com o conhecimento do Dr. Jaime Gama, Ministro dos Negócios Estrangeiros na altura, tentou estabelecer um plano de paz para Timor, tendo convidado Kartika Sukarno, filha do Presidente Sukarno e irmã da depois Presidente da Indonésia Megawati Sukarnoputri, a visitar Portugal.
Em 1997, deslocou-se a Jacarta onde foi recebido pelo então ministro indonésio dos Negócios Estrangeiros Ali Alatas, e pelo vice-Presidente Jusuf Habibi, a quem expôs a proposta da realização de um referendo em Timor, proposta esta liminarmente recusada pelo Presidente Suharto.
Tentou visitar na prisão Xanana Gusmão, mas foi-lhe recusada esta visita pelas autoridades indonésias, tendo-se deslocado a Timor-Leste, a convite de D. Ximenes Belo, onde comunicou com elementos da resistência.
Importa ainda lembrar o apoio que S.A.R. o Senhor Dom Duarte de Bragança deu às comunidades timorenses que foram acolhidas em Portugal.
Pelos serviços prestados à Causa e ao Povo Timorense, o Parlamento de Timor-Leste, pela Resolução N.º 12/2011 de 8 de Junho, atribui a nacionalidade timorense a Sua Alteza Real o Senhor Dom Duarte Pio.
Contrariamente à imprensa em Portugal, que apenas faz referência, à presença das autoridades republicanas portugueses nas comemorações dos 20 anos de independência, Timor não esqueceu os serviços prestados pelo Duque de Bragança ao Povo timorense e à sua causa.
Assim, a convite do governo local, o Duque de Bragança, acompanhado da Infanta Dona Maria Francisca, viajou até Timor, onde se encontram a participar nas celebrações do Dia da Restauração da Independência e noutras actividades de carácter oficial e privado.
A Causa Real felicita o POVO de TIMOR pelos 20 anos de independência, que transformaram o país num estado soberano.