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O senhor presidente da República, acreditamos que involuntariamente, cometeu, um erro factual, histórico, jurídico e político no seu discurso, que parece ter passado despercebido a alguns, porém que a outros, mais atentos, não deixou de ser notado.

A elencar aquilo a que a República resistiu, diz o Chefe do Estado:
- "A República resistiu... na repressão da ditadura militar e política, por natureza anti-republicana".

Ora, é claro que à plateia circunstante e ao País real foi dado a entender que o movimento monárquico não reprimiu também a ditadura militar e política, apesar da sua natureza anti-republicana, o que é falso.

De facto, a Constituição do Estado Novo não alterou a fórmula republicana ao longo de todo o período da ditadura, não obstante as suas alterações e quatro revisões constitucionais. Ou seja, Salazar e Caetano não mexeram na fórmula republicana, tendo aliás tido e mantido sempre militares na cadeira presidencial.

Mais: a Família Real Portuguesa não voltou do exílio até à década de 50 do século passado, tanto assim que o Senhor Dom Duarte Pio de Bragança nasceu ainda na Legação de Portugal em Berna, por essa razão.

O senhor presidente da República 'esqueceu-se" de fazer a devida ressalva ao facto da Família Real Portuguesa, proscrita, inclusive por força de lei, ainda durante o Estado Novo, pelo facto de ser naturalmente anti-republicana, nem por isso deixou de ser um "empecilho", digamos assim, à ditadura e nem por isso deixou de resistir, tal como o movimento monárquico em geral, incluindo, diga-se, na III República - cuja Constituição em vigor veda a possibilidade ao povo português de optar em liberdade sobre quem deve representar Portugal na Chefia do Estado.

Há cinco décadas que a narrativa estatal da III República, desde logo nas escolas, faz uma espúria associação entre monarquia e ditadura, conotando-as, como fez o Chefe do Estado, por omissão, no seu discurso deste 5 de Outubro de 2024.

Razão, isso sim, teve o PR, quando disse que, "a mais imperfeita democracia é muito melhor do que a mais tentadora ditadura".

Acontece que a democracia não é um exclusivo da República. Curto é o entendimento que tal considera.

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Bem vindo ao Blog daCausa Real, um contributo para discussão de um Portugal com futuro. A Causa Reall coordena, a nível nacional, o movimento monárquico, tendo como objectivo principal a promoção de uma alternativa política para Portugal.


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