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Quando temos pela frente o maior desafio da nossa geração, em que a falta de liderança e a descrença no futuro alastram na vida colectiva, importa parar para refletir sobre o que queremos para Portugal. E o 1º de Dezembro é um bom dia para isso. Sem ideias feitas ou preconcebidas, tendo por base o Estado de Direito e a democracia parlamentar e como desígnio o bem comum, longe de uma lógica de biblioteca bafienta e afastada do país real em que tantos (supostos monárquicos incluídos) insistem em pô-la, mas aberta a todos e ao futuro, o que traz de diferente e de melhor esta ideia do país, que valor acrescentado o ideal monárquico pode representar num cenário em que precisamos de todos, imbuídos daquele espírito de serviço que tanto nos orgulha, para defender de forma proactiva e abrangente a ideia de sociedade que é a nossa?
É importante perceber o que é ser hoje uma nação independente na Europa do Século XXI. O que cada português espera do seu país. E pensar na mais valia que a ideia de Monarquia pode ter. Na sua lógica transgeracional e na capacidade que tem para unir e congregar muito para além de escolhas ideológicas.
A mudança que se pede e de que Portugal precisa é de paradigma. Já todos percebemos que este sistema, em que as decisões são tomadas por ciclos eleitorais, não consegue traçar uma visão a longo prazo para o país, não o ouve e não lhe dá, por isso, continuidade. É preciso compromisso entre o que fomos, o que somos e o queremos ser.
Com o Passado na defesa e continuação da nossa identidade e do nosso património material e imaterial; com o Presente no reforço da nossa soberania e da coesão nacional, em áreas transversais e cujo impacto e importância, hoje já evidentes, irão ser determinantes para a nossa unidade e sustentabilidade enquanto país: o ambiente baseado uma ecologia que preserve a relação do ser humano com o espaço que o rodeia, onde esteja presente a preservação e valorização do território marítimo e continental, o equilíbrio entre o mundo rural e os centros urbanos e em que diminuam as assimetrias cada vez mais marcantes; a justiça social e a demografia. O envelhecimento da nossa população, cujas condições de vida estão a ser dramaticamente expostas nos dias que vivemos demonstram bem o distanciamento entre o regime e os seus responsáveis e o país real; a inexistência de políticas de fomento da natalidade e de um pacto nacional para a Educação, a indiferença face ao futuro e às novas gerações.
Porque é sobre o Futuro, o Futuro Português que é urgente refletir e agir. Contribuindo para a existência de uma reserva estratégica em áreas-chave e que nos tornem mais auto suficientes ou menos dependentes do exterior. Acolhendo quem vem numa perspectiva humanista, abrangente e inclusiva, sem perder a nossa matriz, mobilizando todos em causas que são de todos, e alicerçado numa grande comunidade de ligação lusíada global, que vai muito para além dos países que falam português.
É preciso conseguir esse compromisso. Com o agora e com o depois. Para que haja de novo um novo ciclo português.
Teresa Côrte-Real
Presidente da Causa Real
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