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O ano de 2018 foi um ano de maior tranquilidade para Portugal. O país está a restabelecer de uma forte crise e de uma longa permanência das instituições internacionais.
Temos de nos congratular com alguns indicadores macroeconómicos na actual conjuntura, com especial destaque para o crescimento da economia, a contenção do défice e a actual taxa de desemprego.
No entanto, o comportamento das exportações e o nível da dívida são motivos de preocupação. Neste último caso, sobretudo o crédito ao consumo, que já supera níveis anteriores à crise, sendo um dos mais altos da União Europeia. Há anos que as instituições financeiras não emprestavam tanto dinheiro no nosso país. A subida destes valores tem sido acompanhada de diversos alertas sobre os excessos que podem estar a ser cometidos. Os dados mais recentes revelam que há razão para alarme.
Gostaria de lembrar, que no passado já pagámos pelos nossos excessos colectivos. Esperamos que os erros do passado recente nos possam guiar para um futuro mais consciente.
Apesar desta situação, os Governantes portugueses têm sabido conduzir Portugal com estabilidade e paz social que permite uma caminhada de crescimento para o país. Esta estabilidade e credibilidade da classe política não devem ser afectadas por situações de falha dos seus actores, como infelizmente tem vindo a acontecer em alguns casos. A classe política tem de saber respeitar da melhor forma o esforço que foi feito pelo povo nesta situação difícil que temos vivido ao longo dos últimos anos.
Este ano passam-se 100 anos do fim da I Guerra Mundial, na qual Portugal participou. Assim, gostaria de lembrar que as Forças Armadas são um dos esteios da Pátria no qual todos os Portugueses se revêem. Nesse sentido, é importante que disponham dos meios para cumprir a sua missão, garantindo a nossa segurança e o cumprimento dos nossos compromissos internacionais.
Os militares portugueses são motivo do nosso orgulho, nomeadamente nas referidas missões internacionais, onde são reconhecidos pela sua capacidade técnica e bravura, mesmo em situações de combate.
Vejo com preocupação a tentativa de criação de um exército europeu em substituição das forças armadas nacionais, porque pode pôr em causa a nossa soberania e nos momentos de crise ninguém nos defenderá melhor do que nós próprios.
O Rei é, por definição, não só independente e situando-se acima dos partidos políticos, como deve simbolizar e defender os Valores e Tradições que moldaram e fazem parte da essência de Portugal, da sua história quase milenar e da natureza do seu Povo.
A presença da Instituição Real tem sido nas nações ocidentais, um elemento fundamental para garantir o respeito pelas instituições e pelos valores fundamentais dos seus Povos. Não é por coincidência que as actuais monarquias europeias são modelos de democracias justas, honestas e equilibradas.
Actualmente na Europa existe uma justa preocupação com o desenvolvimento de uma sociedade sem valores comuns. Tenho sempre afirmado que o problema não reside na coexistência de várias culturas, etnias e religiões numa mesma nação, mas sim na falta de uma comunidade de valores por todas aceite.
Em Portugal os emigrantes vêm maioritariamente dos países lusófonos com uma herança cultural comum, adquirida durante séculos de convivência. Por isso os conflitos sociais que estão a percorrer a Europa não se reflectem no nosso patriotismo que sempre foi acolhedor das diferenças. No entanto a situação de marginalizarão em que vivem muitos jovens descendentes dessas comunidades, se não for encarada com realismo e eficácia, irá em breve originar problemas semelhantes aos que atingem outros países europeus.
O maior atentado contra a nossa identidade cultural a que estamos a assistir, há já alguns anos, é relativo à Família. Pretende-se destruir, de forma sistemática, organizada e permanente, essa base fundamental da nossa sociedade e da nossa civilização.
A chamada “política dos géneros”, o modo tendencioso como o ensino oficial é orientado no sentido de promover a aceitação de comportamentos que ignoram e destroem o Homem e a Mulher como peças fundamentais da família e da sociedade tem como objectivo destruir o que fundamenta a existência da nossa Sociedade.
Destruindo a Família, essas políticas parecem agora complementar esse processo de arrasamento com os atentados contra a História (veja-se a recomendação feita há dias pela Comissão Europeia contra o Racismo e a Intolerância para se “repensar o ensino da história em Portugal tendo em conta o que se terá passado nas ex-colónias”) contra outros elementos defensores da estabilidade das Sociedades (veja-se o que se está a passar
com a clara tentativa de ataque e destruição da imagem das Forças Armadas) e segue-se, indubitavelmente, o ataque à Religião e à Cultura Cristã que enformam a natureza das sociedades ocidentais e, claramente da Portuguesa.
Desfeitos esses Valores e Tradições, morrem as Sociedades e o que vem a seguir?
Não há que puxar muito pela imaginação para se perceber!
Gostaria de salientar que este é o ano Europeu do Património Cultural. A motivação para defendermos o nosso património cultural deve ser uma acção permanente para valorizar a nossa qualidade de vida e para que as futuras gerações possam usufruir dele.
Este esforço não deve ser visto como um pesado encargo herdado e somente mantido para preservar a nossa identidade ou como uma oportunidade para experiências e aventuras arquitectónicas que, desvirtuando os nossos monumentos, destroem o prazer que os seus visitantes sentem em fazer “uma viagem no tempo”!
Apelo aos Portugueses para que se unam e actuem em torno da nossa cultura e dos nossos valores para construirmos um Portugal melhor. Num período de divisões por todo o mundo temos a vantagem de ser um dos Estados Nação mais antigos do mundo, sem divisões nem barreiras à nossa acção. Dependemos apenas de nós próprios.
Saúdo a eleição por Sua Santidade o Papa Francisco de Portugueses para cargos e missões importantes na Igreja, como é o caso do Cardeal D. António Marto e do Arcebispo D. José Tolentino Mendonça. Estou certo de que irão promover uma atitude de diálogo entre os povos e as culturas, o que tem muito a ver com o nosso modo de ser português. Esta eleição é também um reconhecimento do que a Mensagem de Fátima e a língua portuguesa alcançaram no mundo
Eu e a minha família estaremos disponíveis e dispostos a servir Portugal sempre e quando os portugueses o desejarem.
Viva Portugal!
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